Andar de moto em penhascos, pendurar-se do lado de fora de um avião no ar ou escalar o edifício mais alto do mundo; estes são apenas alguns dos atos que desafiam a morte realizados por Tom Cruise ao longo de suas quatro décadas na indústria cinematográfica.
Ao longo dos anos, a insistência de Cruise em fazer suas acrobacias aterrorizou os produtores, e as companhias de seguros até se recusaram a cobri-lo por seus atos temerários. Não fez nada para deter a estrela de Missão Impossível, cujos últimos lançamentos estão mais espetaculares do que nunca.
É evidente que Cruise prefere pular de um prédio do que ter outra pessoa fazendo isso por ele, mesmo que tenha havido momentos em que ele se machucou fazendo suas acrobacias. Embora existam alguns outros atores, como Henry Cavill, que preferem fazer suas próprias cenas de ação, isso não acontece com tanta frequência.
Dado o perigo relacionado aos riscos no trabalho de dublês, é algo que a maioria dos contemporâneos de Cruise nunca consideraria.
Tom Cruise sempre amou o perigo
No Graham Norton Show em 2014, Cruise falou sobre como ele se entregou a feitos perigosos desde tenra idade. Com apenas quatro anos e meio, ele pulou do telhado de sua casa. E não parou por aí. À medida que sua infância progredia, ele criou uma variedade cada vez maior de atividades que desafiam a morte.
Desde escalar as árvores mais altas que podia encontrar, até escalar sua bicicleta em valas profundas, Tom estava sempre em busca de emoção.
O ator, apaixonado por carros velozes e escalada, também é piloto há 30 anos. Ele usou essas paixões para criar algumas das acrobacias mais memoráveis realizadas por alguns dos personagens mais carismáticos da tela grande. E ele não mostra nenhum sinal de parar em breve.
Para uma cena Em Missão Impossível: Rogue Nation (2015), Cruise trabalhou para conseguir prender a respiração debaixo d'água por surpreendentes seis minutos.
Em 2011, para o Ghost Protocol, a equipe de seguros recusou a permissão do ator para escalar a parte externa do Burj Kalifa. Isso não impediu Cruise, que simplesmente os demitiu e contratou outra companhia de seguros que estava preparada para lhe dar luz verde para escalar o prédio mais alto do mundo.
Considerando seu status como ator, muitos perguntam por que ele se arrisca. Cruise, que em 2020 foi o ator mais bem pago por palavra, diz que fazer suas próprias cenas de ação faz parte de quem ele é. E ele acredita que o fato de ter essa capacidade torna seus filmes mais envolventes e críveis.
Acrobacias do Cruzeiro são cuidadosamente elaboradas
Cruise sempre foi um ator físico. Para Tropic Thunder, ele teve aulas de dança rigorosas. Para Rock of Ages, ele treinou como cantor.
Suas acrobacias são cuidadosamente construídas. Quando ele está montando uma sequência de ação, parte do processo inclui fazer com que o elenco e a equipe assistam a cenas de musicais, a fim de demonstrar o que ele quer alcançar. Ele adora usar trechos dos filmes mudos de Buster Keaton para ilustrar sua visão.
Em suas últimas ofertas, Cruise realiza as acrobacias mais perigosas e intrincadas até agora. Top Gun: Maverick o vê pilotando um jato em alta velocidade. Conforme relatado no Screen Rant, o ator experimentou 8 Gs nos voos, força suficiente para distorcer seu rosto e deixá-lo tonto. O filme também apresenta vôos de extrema baixa altitude e uma variedade de outras acrobacias aéreas de alto risco.
O ator, que completa 60 anos em julho, não mostra sinais de diminuir as acrobacias. Na verdade, ele está muito à frente de muitos de seus colegas de elenco muito mais jovens. Antes do início das filmagens de Maverick, o resto do elenco teve que passar por um treinamento de três meses aprovado pela Marinha para se preparar para fazer o tipo de acrobacias que Cruise lida com facilidade consumada.
CGI torna tudo possível na tela, então por que as acrobacias reais?
O advento dos efeitos gerados por computador significa que absolutamente tudo pode ser feito nos filmes hoje. Então, quando o ator real realmente faz as acrobacias, essa autenticidade faz alguma diferença para o público?
Evidentemente, sim. As pessoas continuam se aglomerando para ver os filmes de Cruise. Top Gun gerou US$ 350 milhões nas bilheterias em todo o mundo e fez de Cruise um superstar. Isso empalidece em comparação com Maverick. Somente nos EUA, a última oferta do ator já arrecadou mais de US$ 300 milhões em suas primeiras semanas.
Os críticos estão prevendo que há uma boa chance de Maverick se juntar ao clube de bilhões de dólares nas bilheterias. O filme também foi exibido em 4.732 cinemas na América do Norte, tornando-se o lançamento mais amplo de todos os tempos.
E sua próxima oferta, Mission: Impossible - Dead Reckoning ainda não chegou às telas.
Cruise é um dos grandes de Hollywood
Através de suas acrobacias que desafiam a morte, Cruise galopou nas páginas da história de Hollywood. É revelador que o Festival de Cinema de Cannes deste ano foi o pano de fundo para o lançamento de Maverick. Já se passaram 30 anos desde a última vez que Cruise compareceu ao festival para a exibição de um de seus filmes. Naquela ocasião, foi para Far And Away.
Foi um retorno triunfante. Desta vez, seu filme foi precedido por uma homenagem especial, com destaques da carreira do ator. Ele também foi aplaudido de pé por seis minutos depois de receber a cobiçada Palma de Ouro.
Em uma entrevista em Cannes, Cruise foi questionado mais uma vez por que ele faz suas próprias cenas de ação. Sua resposta ao The Hollywood Reporter fez referência a outra das maiores estrelas de Hollywood: "Ninguém perguntou a Gene Kelly: 'Por que você dança?'", disse Cruise. "Ninguém nunca perguntou: 'Por que você faz sua própria dança?'"
E enquanto Tom Cruise continuar, seja dançando ou pendurado no Dead Man's Cliff, o público continuará assistindo.